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DESMITIFICANDO A AURICULOTERAPIA!

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ARTIGOS DE OPINIÃO: Desmitificando a Auriculoterapia!
 

Por Luiz Cesarino Alves

Farmacêutico Pós-graduado em Acupuntura

    “Clique aqui em baixo e se inscreva gratuitamente na jornada intensiva de conhecimento que vai ocorrer nos dias...”, “Aprenda a técnica que vai mudar a sua vida e te levar a atender milhares de pacientes...”, “Venha aprender agora a autêntica e verdadeira...”. Frases como essas virou moda em redes sociais! Chega ser até engraçado ver todo mundo usando a velha estratégia de venda baseada no “receba de graça”. Em pleno século 21 ainda tem pessoas que acreditam na ilusão que basta aprender um determinado conhecimento, já é o suficiente para abrir as portas do sucesso profissional! Qualquer um que atua na área da saúde sabe muito bem que alcançar reconhecimento e sucesso profissional não é algo assim tão simples! Em meio às “enxurradas” de cursos online na internet, felizmente existem instituições e profissionais desenvolvendo um trabalho

Farmacêutico Acupunturista

sério e honesto, mas também, pessoas oportunistas e despreparadas falando muita bobagem, principalmente quando o assunto é auriculoterapia. 

 

   Minha formação inicial em Acupuntura acorreu em Brasília (1992 a 1994) no Instituto Yang de Educação e Pesquisa, instituição fundada pelo Professor Marcelo Pereira de Souza, pioneiro da auriculoterapia no Brasil. Sinto-me privilegiado por ter tido a sorte de estudar com o Professor Marcelo! Em meados dos anos 80 e nos anos 90, Brasília e São Paulo eram os centros de referência para aqueles que buscavam uma formação de excelência em Acupuntura no Brasil. De lá pra cá muita coisa mudou! Na época que iniciei meus estudos, a dificuldade era encontrar um curso diante da escassez de oferta, hoje em dia é o inverso, a dificuldade está em fazer a escolha certa diante da enorme oferta de cursos!

   Atualmente, basta uma simples busca na internet, que facilmente se encontra diversos cursos, livros, e-books e mapas auriculares de vários autores, cada um defendendo a sua auriculoterapia. Diversos são os profissionais que criam mapas auriculares baseado em experiências pessoais e tentam vender na internet como sendo o mapa dos pontos corretos. No seguimento de auriculoterapia, existem alguns mitos que precisam ser desmitificados. Para aqueles que estão iniciando seus estudos em auriculoterapia, é importante ressaltar que a realização de um tratamento usando como referência pontos em mapas auriculares, tem grandes possibilidades de apresentar resultados decepcionantes.

   Provavelmente, muitos profissionais que vão ler esse artigo, se surpreenderão com o que eu vou afirmar: não existem pontos na auriculoterapia! No pavilhão auricular (orelha), existem eixos, áreas e regiões que quando estimuladas, tem o potencial de provocar reações no organismo via SNC. Isso significa que, um determinado “ponto” de estímulo na orelha, pode sofrer variações de localização de um paciente para o outro. Cada indivíduo é único! Os mapas auriculares servem somente de guias de referência aproximada e não de referência exata da localização de um “ponto”. Na auriculoterapia, o local escolhido de estímulo, dependerá basicamente da anamnese do paciente, seguido de inspeção de sinais na orelha como, por exemplo: presença de exsudatos, manchas, escamações, ressecamentos, hiperestesias ou vasodilatações. Somente a partir dessas observações que o profissional terá subsídios para identificar o local ideal e a técnica mais adequada de estimulação.

  Outro mito muito comum em auriculoterapia, é o mito preconizado pelos profissionais que trabalham com aplicação de brincos, alegando fazer perfurações na orelha em regiões neutras que não possuem pontos, evitando assim, provocar algum dano ao organismo do paciente. Isso é um grande equívoco! A orelha por inteira é uma zona reflexológica, cada milímetro do pavilhão auricular é passível de estímulo para algum tipo de tratamento. Em função disso, não existem regiões neutras na orelha! Além do que, também não existem evidências comprovando que perfurar o lóbulo ou qualquer outra região da orelha para colocação de adornos (brincos, piercings ou alargadores), provoque algum dano à saúde da pessoa.

   Ter sucesso e alcançar bons resultados clínicos em tratamentos com auriculoterapia, no que refere a escola chinesa, não basta simplesmente saber localizar “pontos”. A prática da auriculoterapia ou auriculopuntura não é um método tipo “receita de bolo” onde se trata o paciente simplesmente colocando sementes ou esferas de metal em “pontos” na orelha orientado por mapas auriculares. Um tratamento pela auriculoterapia requer basicamente um bom raciocínio clínico, conhecimento de patologia, fisiologia endócrina, metabólica, bioquímica e de conceitos da Medicina Tradicional Chinesa, algo que vai muito além do procedimento técnico de agulhamento ou de um simples protocolo de pontos.

ALVES, L. C. C. Desmitificando a Auriculoterapia!: farmacêutico.com, 2021.

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