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Consultório farmacêutico independente

ARTIGOS DE OPINIÃO: Os Entraves do Consultório Farmacêutico Autônomo.
 

Por Luiz Cesarino Alves

Farmacêutico Pós-graduado em Acupuntura

  Será que agora é o momento ideal para abrir um consultório farmacêutico autônomo? Essa provavelmente deve ser a pergunta que todo farmacêutico faz quando tem a intenção de abrir o seu consultório! Se alguém me fizer essa pergunta, eu respondo: ainda não é o momento! Vou explanar aqui meus argumentos justificando o motivo da minha resposta ser negativa quanto à questão de abrir um consultório farmacêutico autônomo no momento atual.

   A grande maioria dos profissionais de saúde que montam e abrem seus consultórios e clínicas como o fisioterapeuta, fonoaudiólogo, nutricionista 

Farmacêutico Acupunturista

médico e o terapeuta ocupacional, trabalham normalmente com duas fontes de renda. Uma fonte que vem das suas consultas particulares e a outra que vem das consultas de convênio (Planos de Saúde). É comum ouvir a reclamação de diversos profissionais de saúde referente aos baixos valores que são pagos pelos convênios e com razão, existem convênios que repassam valores irrisórios aos profissionais. Mas mesmo diante dessa realidade, são poucos os profissionais que abrem mão dos convênios para trabalhar somente de forma particular, principalmente no início de carreira. Até que o profissional consolide seu nome no mercado e fique conhecido, as consultas de convênio representam uma parcela significativa da receita de quase todos os profissionais de saúde.

 

  Todo serviço de um profissional de saúde, inicialmente ocorre mediante uma consulta e o profissional farmacêutico não é diferente disso. Entretanto, a consulta e os serviços farmacêuticos ainda não constam no rol de procedimentos da ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar, impossibilitando o farmacêutico de estabelecer (firmar) convênios. A ausência de cobertura da consulta farmacêutica pelos planos de saúde terá um impacto significativo nas atividades desse profissional, que vai depender unicamente dos recursos financeiros proveniente das consultas particulares. 

   Não bastasse a ausência da consulta farmacêutica no rol da ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar, a grande maioria da população ainda desconhece quais são os serviços farmacêuticos prestados diretamente ao paciente, à família e à comunidade. Serviços como: revisão da farmacoterapia, acompanhamento farmacoterapêutico, rastreamento em saúde, manejo de problemas de saúde autolimitados ou gestão da condição de saúde, são serviços completamente desconhecidos pela maioria da população e até mesmo por muitos profissionais de saúde. Somado a isso, o profissional ainda terá que lidar com outro agravante: a concorrência de farmacêuticos que prestam esses mesmos serviços “gratuitamente” no consultório farmacêutico estabelecido dentro de farmácias. Leia o meu artigo: (Isso aí não é Consultório Farmacêutico!) para entender melhor essa realidade.

    Outro fator que também vai impactar negativamente nas atividades do farmacêutico no consultório autônomo, é o fato do médico no Brasil ainda não ter o hábito, como ocorre em outros Países, de encaminhar pacientes para o farmacêutico, assim como faz com o fisioterapeuta, o educador físico, o fonoaudiólogo, nutricionista, psicólogo e o terapeuta ocupacional. Para esses profissionais, boa parte do fluxo de seus atendimentos, acontece por meio de encaminhamento do médico, algo que ainda não ocorre com o farmacêutico no setor privado.

  Qualquer profissional que já passou pela experiência de montar um consultório, sabe que o investimento é alto. A lista de despesas e obrigações é enorme. Diante disso, recomendo a todos os farmacêuticos que tem interesse de abrir um consultório autônomo, que antes de iniciar os trâmites de abertura do consultório, faça um planejamento minucioso da viabilidade do seu empreendimento e caso resolva realmente abrir o seu consultório, sugiro ofertar um amplo portfólio de serviços e procedimentos, na intenção de tornar o consultório autônomo bem atraente, incluindo, além dos serviços já citados nesse artigo, serviços em: estética, aplicação de brincos, aplicação de injetáveis e de práticas integrativas e complementares, ampliando assim a oferta de serviços e procedimentos aos seus clientes. 

   Por fim, referente à abertura do consultório farmacêutico autônomo, sou da seguinte opinião: enquanto à consulta farmacêutica não constar no rol de procedimentos da ANS - Agência Nacional de Saúde Suplementar e passe a ter cobertura obrigatória nos planos de saúde, o consultório farmacêutico autônomo não deslancha a contento!

ALVES, L. C. C. Os Entraves do Consultório Farmacêutico Autônomo: farmacêutico.com, 2021.

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